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Conitec avalia ampliação de uso da claritromicina para pacientes com hanseníase resistente

  • Publicado: Quarta, 04 de Novembro de 2020, 12h29
  • Última atualização em Terça, 15 de Dezembro de 2020, 12h56
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Medicamento poderá ser mais uma opção para quem não tem obtido resultados positivos com esquemas terapêuticos já disponíveis no SUS. O prazo para o envio de contribuições dessa consulta pública foi prorrogado para até o dia 30 de novembro

Está disponível a consulta pública sobre a proposta de ampliação de uso da claritromicina para o tratamento de pacientes com hanseníase que apresentam resistência aos demais medicamentos disponíveis no SUS. A demanda é da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde (MS), que destacou a importância de haver no sistema público opções substitutivas para esses pacientes que não alcançam o resultado esperado com os esquemas terapêuticos já existentes. A recomendação inicial da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único em Saúde (Conitec) é favorável à incorporação do medicamento. O tema está disponível para receber as contribuições da sociedade até o dia 30 de novembro.

Para participar, com experiências ou opiniões, acesse aqui; com contribuições técnico-científicas, acesse aqui.

A doença

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Acomete, em especial, pele e nervos periféricos, podendo levar a graves incapacidades físicas. A transmissão ocorre principalmente pelas vias aéreas superiores, por meio de contato próximo e prolongado de uma pessoa suscetível com uma pessoa doente.

A doença se manifesta pela diminuição ou perda da sensibilidade, o que faz com que as pessoas infectadas tenham diminuição ou perda da sensação tátil, de calor ou mesmo dor nas partes afetadas. A condição provoca manchas na pele, placas ou caroços em qualquer parte do corpo e a diminuição da força muscular das mãos, pés e face.

Tratamento no SUS

O tratamento medicamentoso ofertado pelo SUS combina habitualmente três medicamentos: rifampicina, dapsona e clofazimina. O acompanhamento com esse esquema terapêutico pode durar até 24 meses. Em casos de resistência à rifampicina, o MS recomenda a troca por minociclina ou ofloxacino. Para casos que, ainda assim, há resistência ao tratamento, não há opção terapêutica disponível, por isso a avaliação da inclusão da claritromicina.

Após as primeiras doses dessas medicações, o indivíduo já não transmite mais a doença, porém, é necessário concluir o tratamento para que se alcance a cura e sejam evitadas reincidências e novas contaminações.

Tecnologia em avaliação
Apesar das evidências científicas sobre os efeitos da claritromicina para hanseníase serem escassos, a Conitec recomendou inicialmente a incorporação da tecnologia, condicionada a apresentação de dados de vida real - referentes ao uso, na prática, do medicamento. O Plenário considerou que a incorporação do medicamento trará mais uma opção aos pacientes com registro de resistência aos medicamentos já encontrados na rede pública de saúde.

Além disso, o uso da claritromicina é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o tratamento da hanseníase resistente à rifampicina, com ou sem resistência associada ao ofloxacino.

Leia aqui o relatório técnico.

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