Conitec avalia medicamento para gestantes vivendo com HIV
Sociedade pode participar e enviar contribuições até o dia 16 de janeiro
Está em avaliação na Conitec uma proposta de alteração no tratamento ofertado no SUS para gestantes que vivem com HIV, ampliando, para essa população, a oferta do dolutegravir. Esse medicamento já está incluído no sistema público para o tratamento de pessoas vivendo com HIV. Contudo, não há indicação para o seu uso durante a gestação. A recomendação inicial da Comissão é favorável à ampliação do tratamento (Leia aqui). Agora o tema segue para receber as contribuições da sociedade.
O dolutegravir é um medicamento antirretroviral, que bloqueia a multiplicação do vírus HIV e, assim, diminui significativamente a quantidade do vírus no sangue. Além de inúmeros benefícios para a saúde do paciente, essa terapia reduz o risco de transmissão da doença. Ele não era indicado para gestantes porque alguns estudos sugeriam que seu uso no início da gravidez poderia estar relacionado à formação de defeitos no tubo neural, causando problemas congênitos no cérebro e na coluna dos bebês. Por isso, para mulheres grávidas ou que pretendiam engravidar, a indicação é o tratamento com o raltegravir.
A Conitec analisou evidências científicas mais recentes e verificou que, em novos estudos, o risco associado ao uso do medicamento é menor que o apresentado inicialmente. O relatório sobre a recomendação inicial da Comissão aponta, inclusive, ser essa a opção terapêutica indicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Transmissão de mãe para filho
A transmissão do HIV ocorre quando entramos em contato com sangue ou fluidos infectados. Entre mãe e filho, a transmissão pode ocorrer durante a gestação, no momento do parto ou na amamentação. Para evitar, é necessário iniciar o tratamento com medicamentos antirretrovirais com urgência. Em 2018, 4.026 gestantes vivendo com HIV receberam indicação de tratamento com Terapia Antirretroviral (TARV). Em gestações planejadas e acompanhadas por profissionais de saúde, o risco de transmissão da mãe para o filho é menor que 2%.
Consultas Públicas
As contribuições enviadas durante esta consulta pública podem confirmar ou modificar a recomendação inicial. Para participar, com experiências ou opiniões, acesse aqui; com contribuições técnico-científicas, acesse aqui.