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Conitec avalia publicação do primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para tratamento e diagnóstico do sobrepeso e da obesidade em adultos

  • Publicado: Segunda, 20 de Julho de 2020, 09h57
  • Última atualização em Terça, 01 de Setembro de 2020, 14h45
  • Acessos: 1586

Metade dos brasileiros está acima do peso e 20% dos adultos estão obesos. Documento vai orientar profissionais de saúde e também pacientes com a doença

Um dos temas avaliados atualmente pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde (Conitec) é a proposta de texto para o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Sobrepeso e Obesidade em Adultos. A elaboração do documento é uma demanda do próprio Ministério da Saúde e propõe reunir informações sobre o diagnóstico e rastreamento da doença, além de orientar sobre mudanças de hábitos alimentares, práticas de exercícios físicos e outras medidas para redução de peso e acompanhamento desses pacientes. Na avaliação inicial, a Comissão recomendou a aprovação do texto, que segue agora para consulta pública. Interessados podem enviar contribuições até o dia 10 de agosto.

Clique aqui para participar.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade afeta hoje 2 bilhões de adultos no mundo. No Brasil, dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde, mostra que a doença tem alcançado os maiores índices dos últimos 13 anos, saindo de 11,8% da população em 2006 para 19,8% em 2018. Esse crescimento e maior prevalência da doença é alarmante, já que a condição traz importantes consequências para a saúde de pacientes, entre elas maior risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como doenças cardíacas, diabetes, alguns tipos de câncer, além de estar associada a maiores índices de mortalidade.

PCDT de Obesidade e Sobrepeso em Adultos

O diagnóstico da obesidade é clínico e baseado no Índice de Massa Corporal (IMC). Por meio dele, é possível classificar um indivíduo em relação ao seu próprio peso, bem como saber de complicações metabólicas e outros riscos para a saúde. A partir dele, o profissional de saúde pode solicitar exames complementares.

O tratamento envolve equipe multidisciplinar, para implementação da prática de exercícios físicos, alimentação adequada e acompanhamento psicológico.

O texto destaca as iniciativas do Ministério da Saúde para controle e prevenção da doença. Entre elas, a elaboração do Guia Alimentar para a População Brasileira, para orientação e promoção da alimentação adequada e saudável no país.

Também faz referência ao Programa Academia da Saúde, que desenvolve ações focadas na prática de atividade física e na promoção da alimentação saudável, e do Programa Saúde na Escola, que promove a saúde e a educação de maneira integral. Leia aqui o texto preliminar.

Estigma Social

A obesidade é uma doença e deve ser tratada e acompanhada por equipe multidisciplinar. Desta forma, o PCDT em consulta pública pretende dar diretrizes gerais para prevenção e promoção da saúde, diagnóstico, tratamento e acompanhamento dessas pessoas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar das evidências científicas demonstrarem a complexidade atrelada à prevenção e ao controle da obesidade, o texto do PCDT revela que o tema é muitas vezes tratado como algo banal. A sociedade é constantemente informada de que ganho e perda de peso são simples. Esse discurso é associado a propagandas de tratamentos milagrosos para o ganho de peso, como programas de atividades físicas ou mesmo medicamentos para resultados rápidos. Constantemente, essas mensagens giram em torno da ideia de que o ganho de peso está associado a uma moral falha, como preguiça ou gula, e que, por isso, pode ser facilmente solucionado ao se comer menos e se exercitar mais. Esse discurso afeta negativamente pessoas com sobrepeso e obesidade, trazendo diversas consequências, incluindo a menor escolaridade, piores condições socioeconômicas, psicossociais, entre outras. Alguns estudos revelam, inclusive, que pessoas com sobrepeso tem piores condições de trabalho e menores salários.

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