Conitec recomenda ampliação de uso do naproxeno para tratamento da artrite reativa no SUS
Iniciativa expande as possibilidades de tratamento para quem vive com a doença
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a ampliação de uso do medicamento naproxeno no SUS para o tratamento da artrite reativa (ARe). Doença rara, de origem bacteriana, causa inflamação das articulações e costuma surgir após uma infecção no aparelho genital e urinário ou gastrointestinal. A iniciativa expande as possibilidades de tratamento para quem vive com a doença. A medicação é recomendada em diretrizes internacionais e já vem sendo utilizada para outras condições de saúde na rede pública.
A artrite reativa ocorre geralmente em adultos jovens, tanto homens quanto mulheres. O intervalo entre a infecção com sintomas e o início da doença varia de alguns dias a semanas. A manifestação clínica mais comum é a presença de inflamação em uma ou até quatro articulações, predominantemente em membros inferiores – com destaque para joelhos, tornozelos e dedos.
A ARe pode ser classificada como aguda, quando tem duração inferior a seis meses, ou crônica, quando tem duração igual ou superior a seis meses. Na maioria dos casos, os pacientes se recuperam bem, em poucos meses, de forma gradual. Entretanto, após a crise inicial, boa parte dos pacientes pode permanecer com desconforto articular, dor na parte baixa das costas e ter episódios de inflamação nas regiões que ligam os tendões aos ossos. Além disso, entre 15% e 30% acabam desenvolvendo doença inflamatória articular crônica.
TECNOLOGIA AVALIADA
O naproxeno é um anti-inflamatório não esteroide (AINE), ou seja, atua sobre os processos inflamatórios no organismo. Age no alívio da dor, na redução da febre e da resposta inflamatória. O medicamento já está disponível no SUS para outras doenças com características clínicas, radiológicas e genéticas semelhantes à ARe, como espondilite anquilosante e artrite psoriásica. Além disso, o medicamento também já foi incorporado na rede pública para outras condições, como artrite reumatoide e osteoartrite de joelho e quadril.
TRATAMENTO NO SUS
A intervenção médica pode ter diferentes abordagens, incluindo o tratamento da infecção desencadeante e das manifestações musculoesqueléticas (em especial dores e inflamações articulares). Abordagens não-farmacológicas, como exercícios físicos e fisioterapia, também podem ser indicadas. De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Artrite Reativa vigente, dentre os medicamentos recomendados e disponibilizados no âmbito do SUS, o único AINE é o ibuprofeno.