Consulta Pública avalia a ampliação de uso do naproxeno para tratamento da artrite reativa
Pacientes, profissionais de saúde e demais interessados podem enviar contribuições até o dia 8 de setembro
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) encaminhou para consulta pública a recomendação inicialmente favorável a ampliação de uso do medicamento naproxeno no SUS para o tratamento da artrite reativa (ARe). Doença rara, de origem bacteriana, ela causa inflamação das articulações e costuma surgir após uma infecção no aparelho genital e urinário ou gastrointestinal. Interessados têm até o dia 08 de setembro para enviar contribuições.
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A artrite reativa ocorre geralmente em adultos jovens, tanto homens quanto mulheres. O intervalo entre a infecção com sintomas e o início da doença varia de alguns dias a semanas. A manifestação clínica mais comum é a presença de inflamação em uma ou até quatro articulações, predominantemente em membros inferiores – com destaque para joelhos, tornozelos e dedos.
Tecnologia avaliada
O naproxeno é um anti-inflamatório não esteroide (AINE), ou seja, atua sobre os processos inflamatórios no organismo. Age no alívio da dor, na redução da febre e da resposta inflamatória. O medicamento já está disponível no SUS para outras doenças com características clínicas, radiológicas e genéticas semelhantes à artrite reativa, como espondilite anquilosante e artrite psoriásica. Além disso, o medicamento também já foi incorporado na rede pública para outras condições, como artrite reumatoide e osteoartrite de joelho e quadril.
Saiba mais
A ARe pode ser classificada como aguda, quando tem duração inferior a 6 meses, ou crônica, quando tem duração igual ou superior a 6 meses. Na maioria dos casos, os pacientes se recuperam bem, em poucos meses e, de forma gradual. Entretanto, após a crise inicial, boa parte dos pacientes pode permanecer com desconforto articular, dor na parte baixa das costas e ter episódios de inflamação nas regiões que ligam os tendões aos ossos. Além disso, entre 15% e 30% acabam desenvolvendo doença inflamatória articular crônica.
Tratamento no SUS
A intervenção médica pode ter diferentes abordagens, incluindo o tratamento da infecção desencadeante e das manifestações musculoesqueléticas (em especial, dores e inflamações articulares). Abordagens não-farmacológicas, como exercícios físicos e fisioterapia, também podem ser indicadas. De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Artrite Reativa de 2015, dentre os medicamentos recomendados e disponibilizados no âmbito do SUS, o único AINE é o ibuprofeno.
Relatório inicial
A recomendação preliminar da Conitec favorável à ampliação do naproxeno no Sistema Único de Saúde, como opção terapêutica da artrite reativa, considera que a medicação é recomendada para ARe em diretrizes internacionais, além de já ser utilizada para outras osteorartrites no SUS e possuir tradicionalidade de uso clínico.
O texto ainda aponta para a tradição de uso no país desde 1990, bem como o baixo custo e baixo impacto orçamentário, uma vez que as questões de implementação estão consolidadas por ser uma medicação que já aparece como opção terapêutica no SUS.
Veja aqui o relatório técnico.