Consulta Pública avalia a ampliação do medicamento sirolimo para doença rara
Pacientes, profissionais de saúde e demais interessados podem enviar contribuições até o dia 8 de abril
Está em avaliação na Conitec a ampliação do medicamento sirolimo para pacientes com a doença rara linfangioleiomiomatose (LAM). O medicamento já está incorporado no SUS para diversas doenças, como para alguns transplantes pulmonares. Demandada pela empresa produtora da tecnologia, a Comissão analisou as evidências sobre o uso do medicamento para pacientes com LAM e, inicialmente, recomendou a ampliação do medicamento. Agora o tema segue para receber contribuições da sociedade.
O sirolimo é um imunossupressor, ou seja, ele age inibindo o sistema imunológico dos pacientes, a sua proliferação celular e a produção de anticorpos. Pessoas com LAM podem, potencialmente, serem beneficiadas com o medicamento. Isso porque a doença está associada à ativação inadequada de proteínas responsáveis pelo crescimento celular. Essa disfunção leva ao crescimento atípico de células musculares nos pulmões, podendo gerar a obstrução das vias áreas e sanguíneas. Com a evolução da doença, pode haver dificuldades na oxigenação adequada do organismo. Por isso, a doença é considerada progressiva e degenerativa.
Embora não exista cura para a condição, medicamentos como o analisado podem contribuir para a estabilização da doença e melhor qualidade de vida dos pacientes. Apesar de considerar baixa a qualidade dos estudos apresentados, a Comissão considerou haver evidências sobre os benefícios do medicamento, por exemplo, na melhora da função pulmonar desses pacientes. Os dados analisados, disponibilizados pelo demandante, são referentes ao uso do medicamento em uma população restrita, com comprometimento mais severo da função pulmonar e, por isso, não reflete a população geral com a doença.
Apesar disso, considerando não existir um tratamento específico no SUS para a doença, a Conitec entendeu que a ampliação traria benefícios para esses pacientes, fornecendo uma opção terapêutica. As contribuições enviadas durante a Consulta Pública podem fornecer mais dados e auxiliar a avaliação da Comissão, confirmando ou modificando o relatório inicial. Leia aqui a recomendação preliminar.
Participação
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