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Consulta pública avalia tecnologia para câncer renal em estágio avançado

  • Publicado: Segunda, 24 de Agosto de 2020, 19h29
  • Última atualização em Terça, 13 de Outubro de 2020, 17h43
  • Acessos: 822

Aproximadamente 209 mil novos casos da doença são diagnosticados por ano no mundo. É o sétimo câncer mais frequente em homens e o nono em mulheres

Está em avaliação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) a incorporação do medicamento cabozantinibe como primeira opção de tratamento para pacientes com câncer renal em estágios intermediário ou alto da doença. A demanda é do laboratório produtor do medicamento e tem recomendação preliminar desfavorável da Comissão, que considerou não existirem benefícios adicionais em comparação às opções já disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Agora o tema segue para receber as contribuições da sociedade até o dia 14 de setembro. Para participar, com experiências ou opiniões, acesse aqui; com contribuições técnico-científicas, acesse aqui.

O câncer renal é responsável por aproximadamente 3% dos cânceres de adultos nos países ocidentais. No Brasil, uma média de 6,9 a 10,2 casos para cada 100 mil habitantes. A maior parte dos pacientes é do sexo masculino, de cor branca e idade média de 60 anos.

Tecnologia avaliada
O cabozantinibe inibe a tirosina quinase (TKI), uma proteína relacionada a diversos processos celulares fundamentais, como a proliferação, diferenciação, mobilidade, sobrevivência e morte. Dessa forma, inibe a progressão cancerígena e também a formação de metástases.

Dentre os efeitos adversos relacionados ao seu uso, pode-se destacar: hipertensão arterial, diarreia, fadiga, aumento das enzimas AST e ALT (ligadas ao funcionamento do fígado), náuseas, vômitos, diminuição do apetite e do paladar, diminuição da contagem de plaquetas e de magnésio no sangue, estomatite, anemia, diminuição do peso, indigestão, constipação intestinal e obstrução de artérias pulmonares por coágulos.

A Conitec analisou os estudos que trataram dos resultados esperados como eficácia, segurança e impacto orçamentário desse medicamento, comparando-os aos já disponíveis no SUS e recomendou inicialmente a não incorporação. Isso porque, nas evidências analisadas pelo Plenário, a tecnologia não se mostrou mais eficaz que as demais ofertadas.

Além disso, foi observado que as evidências disponíveis apresentam importantes incertezas, uma vez que os dados provêm de um único estudo acerca do medicamento. Leia aqui o relatório de recomendação.

Câncer renal
O Carcinoma de Células Renais (CCR), também conhecido como adenocarcinoma de células renais, é o câncer renal mais comum. Nove em cada dez casos são desse tipo. Os sinais e sintomas da doença costumam se manifestar em estágios mais avançados. São eles: sangue na urina, dor lombar lateral, massa na lateral ou na região lombar, fadiga, perda de apetite, perda de peso, febre intermitente não causada por infecção, anemia, dor óssea, inchaço dos gânglios linfáticos ou tosse persistente.

Os principais fatores ligados ao desenvolvimento desse tipo de câncer são tabagismo, obesidade, sedentarismo, diabetes, hipertensão arterial, histórico familiar da doença e trabalho que envolva contato com substâncias como o tricloroetileno (amplamente usado como solvente para retirar gordura de superfícies metálicas e na fabricação de refrigerantes).

Tratamento no SUS
Pacientes com câncer renal são tratados no SUS conforme orientação das Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDT) para a doença. A condução do tratamento está ligada à classificação do seu risco e do estágio em que se encontra. Quando o câncer é localizado, recomenda-se a extração total ou parcial dos rins ou a ablação térmica (técnica que gera uma temperatura que leva à morte celular). Em relação a quadros em estágio avançado, ainda não há consenso sobre a melhor conduta terapêutica.

Em caso de metástase (quando há células cancerígenas também em outros órgãos) o tratamento deve envolver a retirada total dos rins quando o paciente apresenta indicação e condições clínicas para tal. A extração cirúrgica do tumor e da metástase pode ser indicada como estratégia para aliviar temporariamente os sintomas e aumentar a sobrevida.

Quando esses procedimentos não podem ser realizados, o uso de quimioterapia paliativa é possível para pacientes com risco baixo ou intermediário, ainda que frequentemente esse tipo de tumor seja muito resistente ao tratamento quimioterápico.

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