Consulta Pública para inclusão de tecnologia para pacientes com disfunção urinária por lesão medular
Repercussões urológicas são uma das maiores preocupações durante a reabilitação de pacientes com lesão na medula espinhal e, se não tratadas adequadamente,
podem trazer sérias complicações, inclusive a perda da função renal
Até o dia 5 de março, a sociedade poderá enviar contribuições e auxiliar a avaliação da Conitec quanto a incorporação da tecnologia no SUS que compõe o tratamento de pacientes com disfunção urinária devido a lesão medular: o cateter com revestimento hidrofílico. Utilizado durante o cateterismo intermitente, procedimento realizado para drenar a urina em pacientes que não conseguem controlar esse fluxo normalmente, esse cateter é constituído de material que, segundo estudos apresentados, possui alta capacidade de absorver líquidos (hidrofílico). Essa composição contribui para o aumento da lubrificação do material, o que reduz o atrito com a uretra durante o procedimento.
A Conitec recomendou, de forma preliminar, a inclusão dessa tecnologia, após observar que a utilização de cateteres com revestimentos hidrofílicos diminui o risco relativo de infecções urinárias entre 16 e 19% em relação aos sem esse revestimento. A Comissão verificou ainda haver uma melhora na satisfação e qualidade de vida dos pacientes que fazem uso dessa tecnologia.
Infecções do trato urinário são extremamente frequentes em pessoas com lesão medular. De acordo com as Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular do Ministério da Saúde, essa é a principal doença infecciosa registrada tanto na fase aguda quanto na fase crônica da doença. A função de urinar normalmente envolve complexos mecanismos de integração do sistema nervoso central, autônomo (involuntário) e piramidal (voluntário). Lesões medulares podem gerar disfunções nesse sistema, como consequência das diversas alterações motoras causadas pela doença, levando, inclusive, à incapacidade de controlar o ato de urinar, conhecida como bexiga neurogênica. O cateterismo vesical intermitente é considerado um procedimento padrão para pacientes com essa condição.
Pacientes, cuidadores, profissionais de saúde e demais interessados sobre o tema poderão opinar sobre a incorporação dessa tecnologia no SUS. A Consulta Pública auxilia o plenário da Conitec a manter ou modificar as decisões preliminares sobre as tecnologias em avaliação. Participe!
Acesse aqui o relatório inicial da Conitec.
COMO PARTICIPAR
Para participar, basta utilizar os formulários eletrônicos disponíveis no site da Conitec, no link Consultas Públicas. Faça seus comentários e sugestões, sua participação é muito importante.