Consulta pública vai contribuir para Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Artrite Psoríaca
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recebe contribuições da sociedade para a atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Artrite Psoríaca. O documento orienta quanto a incorporação do certolizumabe pegol para o tratamento de pacientes adultos com a doença ativa, moderada a grave, que tiveram resposta inadequada prévia a demais tratamentos e medicamentos já disponíveis no SUS. A recomendação foi feita em outubro do ano passado pela Comissão. O prazo para a consulta pública sobre o tema se encerra no dia 6 de julho. Especialistas, pacientes, profissionais de saúde e demais interessados podem opinar sobre a proposta de texto descrita.
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A artrite psoríaca é uma doença articular inflamatória crônica associada, comumente, à pacientes com psoríase - uma doença autoimune, em que as próprias células de defesa atacam a pele. Com o tempo, essa agressão pode se estender para as juntas, causando dores e limitação de movimento.
A doença, ainda sem cura, acomete cerca de 2% da população mundial. No Brasil, segundo dados de uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela acomete 1,31% das pessoas, sendo mais prevalente no Sul (1,86%) e no Sudeste (1,88%). Leia aqui o relatório inicial da Conitec.
Saiba Mais
A psoríase é uma doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. Com causa desconhecida, sabe-se que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Entre os sintomas estão manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões; pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; coceira, queimação e dor; unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes, inchaço e rigidez nas articulações.
De acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Psoríase, sabe-se que a doença tem importante impacto na qualidade de vida dos pacientes. Há evidências de que o prejuízo físico e mental é comparável ou maior do que o experimentado por pacientes de outras doenças crônicas, como câncer, artrite, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatias, diabete mellitus e depressão.
A identificação de sintomas em estágio inicial e o encaminhamento ágil e adequado para o atendimento especializado dá à Atenção Básica um caráter essencial para um melhor resultado terapêutico e prognóstico dos casos.
Tratamento
No Brasil, o Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica do Ministério da Saúde de 2017 estabelece o tratamento não medicamentoso e medicamentoso para a artrite psoríaca. Como medidas não farmacológicas estão o controle dos fatores de risco cardiovascular tradicionais, o abandono do fumo e outras drogas, a suspensão do uso abusivo de álcool, bem como estímulo à prática de exercícios físicos e à perda de peso.
No entanto, 30% dos pacientes têm crises graves. O tratamento medicamentoso inclui anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), glicocorticoides e medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD). Recentemente, houve a incorporação de quatro deles no SUS para o tratamento da doença em estágio avançado: adalimumabe, infliximabe, etanercepte e secuquinumabe. Todos recomendados para etapas diferentes, conforme resposta dos pacientes.