Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica ganham mais uma opção de tratamento no SUS
Medicamento analisado pela Conitec melhora o fluxo de ar nos pulmões, aliviando os sintomas. Doença é prevalente no país e considerada a quarta causa de morte por doenças crônicas não transmissíveis.
Será incorporado ao SUS o broncodilatador antagonista muscarínico de longa ação (LAMA) + agonista beta2 adrenérgico de ação longa (LABA) para o tratamento de pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A doença ataca os pulmões e causa dificuldade para respirar, devido ao quadro de inflamação e de destruição dos alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas nos pulmões. Esses medicamentos melhoram o fluxo de ar, aliviando os sintomas relatados pelos pacientes. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) analisou os estudos que trataram dos resultados esperados (eficácia), segurança e impacto orçamentário dos medicamentos. Observou-se que a associação LAMA/LABA diminuiu a frequência de picos de piora da doença e a dificuldade de respirar.
Leia aqui o relatório final da Conitec.
A doença é provocada geralmente pela fumaça do cigarro ou de outras substâncias irritantes. Os principais sinais e sintomas são tosse, falta de ar, chiado no peito, catarro em excesso. A doença é classificada de leve a muito grave. O diagnóstico é feito com base em sinais e sintomas respiratórios crônicos, por meio de exames e testes diversos no paciente.
A DPOC é considerada a quarta principal causa de morte no mundo, prevendo-se que alcance a terceira posição em 2020. No Brasil, é a terceira causa de morte entre as doenças crônicas não transmissíveis, com um aumento de 12% no número de mortes entre 2005 e 2010. Isso representa atualmente quase 40 mil óbitos anuais.
DPOC no SUS
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) vigente para DPOC, em atualização nesse momento, orienta o uso de tratamentos medicamentosos e não medicamentosos, com objetivo de diminuir os sintomas, melhorar a respiração e a qualidade de vida do paciente.
O tratamento não medicamentoso consiste em evitar o contato as substâncias que causam reação (fumaça do cigarro ou de outras substâncias); reabilitação pulmonar; fisioterapia respiratória e cirurgia.
O medicamentoso se baseia no uso de broncodilatadores, anti-inflamatórios corticosteroides e oxigenoterapia. Para pacientes com sintomas leves, são recomendados broncodilatadores de curta ação, especificamente o salbutamol e o fenoterol. Para pacientes com a doença moderada ou grave, recomenda-se o uso de broncodilatador de longa ação, como o salmeterol e o formoterol.
Algumas vacinas também são utilizadas para reduzir as complicações decorrentes de infecção.
A associação de dois broncodilatadores de longa ação diferentes (broncodilatação dupla com LAMA e LABA), recomendada nesse mês pela Conitec, irá representar importante ganho na qualidade de vida das pessoas portadoras de DPOC, com diminuição das exacerbações clínicas, melhora da capacidade respiratória e dos sintomas, como a falta de ar.