Procedimento no atendimento ao paciente com AVC é ampliado no SUS
Trombectomia mecânica é um procedimento cirúrgico com o objetivo de desobstruir e restaurar o fluxo sanguíneo arterial cerebral
O Ministério da Saúde decidiu ampliar, no âmbito SUS, o uso da trombectomia mecânica para acidente vascular cerebral isquêmico agudo (AVCi) com janela de sintomas maior do que 8h e menor que 24h. Atualmente, a realização do procedimento é recomendada apenas para situações em que o paciente buscou atendimento em um período de até 8h após o início dos sintomas. Ainda assim, os centros de saúde que realizam essa intervenção devem ter infraestrutura, recursos humanos e materiais específicos adequados para execução do procedimento.
O acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Ele pode ser classificado como isquêmico (quando os vasos sanguíneos entopem) e hemorrágico (quando os vasos se rompem dentro do cérebro ou em sua proximidade) e está entre as principais causas de incapacidade e morte no mundo. O acidente vascular cerebral isquêmico é o tipo mais prevalente e é responsável por até 85% de todos os casos.
A trombectomia mecânica é um procedimento cirúrgico com o objetivo de desobstruir e restaurar o fluxo sanguíneo arterial cerebral. São utilizados cateteres para conduzir um dispositivo até o vaso sanguíneo que apresenta a obstrução causada pelo coágulo. O procedimento é recomendado para pacientes que apresentam obstrução de grandes vasos (artérias frontais do cérebro) e atendam a critérios clínicos específicos relacionados aos desequilíbrios encontrados nos exames de imagem ou à escala de déficit neurológico causado pelo AVC.
Estudos científicos demonstram que pacientes com AVCi com intervalo de tempo de 6h a 24 horas desde o início do AVC, que realizaram a trombectomia mecânica associada ao tratamento clínico, tiveram uma maior independência funcional em comparação àqueles que somente realizaram o tratamento clínico. Além disso, existem evidências de que o procedimento leva ao aumento do sucesso na desobstrução dos vasos sanguíneos e também reduz o risco de deterioração neurológica, em comparação à realização do tratamento clínico isoladamente.
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Saiba mais
Para o diagnóstico do AVC são considerados diversos exames, tais como: físico, de imagem (como a tomografia computadorizada de crânio, ressonância magnética de crânio, angiografia cerebral ou angioressonancia cerebral), ecodoppler transcraniano, ecocardiografia torácica, radiografia de tórax e o eletrocardiograma; bem como demais exames complementares.
Dados mundiais revelam que aproximadamente 15 milhões de pessoas sofrem AVC ao ano, 5 milhões morrem e outros 5 milhões ficam permanentemente incapacitados. A ocorrência é maior em adultos de meia idade e idosos e suas consequências dependem da região cerebral envolvida.