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Tecnologia computadorizada de imagem poderá auxiliar no diagnóstico do glaucoma se incorporada ao SUS

  • Publicado: Terça, 01 de Setembro de 2020, 10h18
  • Última atualização em Terça, 27 de Outubro de 2020, 10h58
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Consulta pública recebe contribuições até o dia 21 de setembro. A doença aparece como a segunda maior causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata

A ampliação de uso do exame de Tomografia de Coerência Óptica no SUS para confirmação diagnóstica do glaucoma é um dos temas abertos para consulta pública deste mês. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) emitiu parecer inicial favorável à incorporação. O Plenário considerou que a tecnologia pode servir como ferramenta nos casos em que pacientes enfrentam sintomas suspeitos da doença. Profissionais de saúde e comunidade em geral podem enviar contribuições até o dia 21 de setembro. Saiba como participar aqui.

O glaucoma é uma doença progressiva, que pode ser assintomática até alcançar estágios avançados, cujas lesões nos olhos são irreversíveis. A tecnologia pode auxiliar na detecção das fases iniciais da doença, propiciando melhor qualidade da assistência aos pacientes. A Tomografia de Coerência Óptica ou “Optical Coherence Tomography” (OCT) é uma tecnologia computadorizada de imagem, que compara as medidas das fibras nervosas dos olhos com parâmetros de um olho saudável. O exame revela imagens de vários aspectos e várias camadas da retina e, a partir dessas imagens, é possível fazer o diagnóstico correto do glaucoma.

Leia aqui o relatório inicial.

O glaucoma deve ser pesquisado em toda consulta oftalmológica, uma vez que 80% dos casos não apresentam sintomas em seu início. Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores serão as chances de se evitar a perda da visão. É uma doença crônica e que não tem cura, mas que pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. Estima-se que, atualmente, existem 64,3 milhões de pessoas, entre 40 e 80 anos, com glaucoma no mundo. A projeção é de que até 2040 esse número aumente para 111,8 milhões. No Brasil, estima-se que 900 mil pessoas tenham a doença.

Saiba mais
O glaucoma é uma doença causada, na maioria das vezes, pelo aumento da pressão ocular interna, chamada de pressão intraocular (PIO). Dentro dos olhos existe um líquido (chamado de humor aquoso) que é constantemente produzido e drenado naturalmente. Em algumas pessoas, a passagem por onde ocorre essa drenagem é entupida, fazendo com que o líquido fique retido e aumentando pressão interna dos olhos. Por conta desse aumento da pressão, as fibras nervosas que transmitem os impulsos luminosos produzidos pelo olho até o cérebro são danificadas.

Em um primeiro momento são danificadas as fibras que ficam na parte mais periférica dos olhos e, com o tempo, as fibras mais centrais também sofrem prejuízos. É por isso que inicialmente o glaucoma ocasiona a perda da visão periférica, podendo avançar para a cegueira total e irreversível.

O glaucoma pode ser classificado em quatro grupos: primário de ângulo aberto (GPAA); primário de ângulo fechado; congênito e secundário. O GPAA é a forma mais comum da doença.

Além do aumento da PIO, outros fatores também podem favorecer o aparecimento do glaucoma como: idade acima de 40 anos, histórico da doença na família, escavação do nervo óptico (aumento da perda das fibras do nervo óptico), miopia (quando o glaucoma for do tipo de ângulo aberto) ou hipermetropia (quando o glaucoma for do tipo de fechamento angular), pressão de perfusão ocular (diferença entre a pressão arterial e a PIO), ser de etnia negra (para o glaucoma do tipo de ângulo aberto) e de etnia amarela (para o glaucoma do tipo de fechamento angular).

Tratamento no SUS
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do glaucoma, publicado em 2018, recomenda que o diagnóstico e a determinação de sua gravidade sejam realizados através de exames que avaliem a estrutura dos olhos, o campo de visão e a verificação dos níveis de PIO.

Nos casos de suspeita da doença, o PCDT recomenda ainda exames que devem ser realizados para complementar a investigação diagnóstica e que, nos casos de glaucoma já verificados, auxiliam na definição de sua gravidade. Dentre esses exames, estão a gonioscopia (que verifica a possibilidade de drenagem do líquido interno dos olhos), a paquimetria ultrassônica (utilizada para medir a espessura da córnea, que é a camada mais superficial dos olhos) e a campimetria (exame que verifica a percepção do campo de visão).

O tratamento clínico recomendado é a utilização de colírios específicos. Entretanto, existem particularidades para cada tipo de glaucoma, que podem exigir procedimentos cirúrgicos e a laser.

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