Conitec não recomenda incorporação de medicamento avaliado para tratamento da psoríase e artrite psoríaca ativa no SUS
O medicamento ixequizumabe não será incorporado ao SUS, conforme recomendação final da Conitec. A demanda foi analisada em dois momentos distintos, tanto no uso para o tratamento de pacientes adultos com psoríase moderada a grave, como no caso de pacientes adultos com artrite psoríaca ativa. Ambos os temas foram avaliados a partir de recortes específicos e passaram pela consulta pública, cujos resultados colaboraram para o entendimento final do Plenário.
Acesse aqui os relatórios finais.
A psoríase é uma doença de causa desconhecida, que acomete principalmente a pele e as articulações. Os sintomas mais comuns são a presença de manchas vermelhas na pele e a descamação.
TECNOLOGIA ANALISADA
O ixequizumabe é um medicamento biológico, ou seja, produzido a partir de células vivas. É composto por proteínas que possuem capacidade de reconhecer e se ligar a proteínas específicas. Ele é indicado para doença inflamatória das articulações associada à psoríase em pacientes adultos que obtiveram uma resposta insuficiente ou foram intolerantes ao tratamento com um ou mais medicamentos antirreumáticos modificadores da doença. O ixequizumabe reduz o processo inflamatório, diminuindo, assim, a inflamação nas articulações e os sintomas da psoríase.
SAIBA MAIS
Psoríase moderada a grave
A Conitec considerou a psoríase moderada a grave em situações nas quais pacientes que apresentaram falha terapêutica, contraindicação ou intolerância ao adalimumabe, medicação já ofertada na rede pública.
Ainda que não seja uma condição física debilitante, a doença traz algumas consequências para a qualidade de vida do paciente como o afastamento do trabalho e da vida social. É considerada cíclica, já que os sintomas desaparecem e reaparecem periodicamente.
No SUS
O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Psoríase, publicado em 2013, inclui como opções de tratamento para pacientes adultos com psoríase moderada a grave a fototerapia (terapia com radiação ultravioleta para tratar as inflamações na pele) e os medicamentos metotrexato, acitretina e ciclosporina (considerados a terapia padrão). Em outubro de 2018, foi incorporado ao SUS, após avaliação da Conitec, o adalimumabe na primeira etapa de tratamento biológico, após falha a terapia padrão, e também o secuquinumabe e o ustequinumabe como opções de segunda etapa de tratamento biológico, após a falha tanto da terapia padrão quanto do adalimumabe. O PCDT com a previsão do tratamento com os medicamentos biológicos está em processo de atualização.
Artrite psoríaca ativa
A artrite psoríaca, também chamada de artrite psoriática ou artrite psoriásica, é uma doença inflamatória crônica associada à pacientes com psoríase. A doença é consequência de alguns fatores, como predisposição genética e resposta alterada do sistema imunológico. Os pacientes possuem maior risco de ter diabetes mellitus tipo 2, obesidade, pressão alta e doenças cardiovasculares. O diagnóstico é feito por meio do histórico do paciente, exame físico, teste do fator reumatoide com resultado negativo e achados radiográficos.
O exame físico inclui a avaliação das articulações envolvidas e a presença de lesões na pele. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento, impactando diretamente na melhora dos sintomas e da qualidade de vida dos pacientes.
Os pacientes são tratados de acordo com o PCDT da Artrite Psoríaca, publicada em outubro de 2018, no qual estão incluídos o tratamento não medicamentoso e o medicamentoso. O primeiro é indicado para controle de fatores relacionados ao risco maior de doenças cardiovasculares, obesidade, pressão alta, diabetes mellitus, alto colesterol e distúrbios pulmonares. Consiste de práticas como abandono do tabagismo, controle do consumo de álcool e exercícios físicos supervisionados, para a proteção das articulações e a perda de peso. Já o medicamentoso, disponível no SUS, engloba as alternativas terapêuticas mencionadas acima.