Workshop internacional discute desafios na Avaliação e Incorporação de Tecnologias em Saúde
Programação online se estende até março, com foco em inovação e pesquisa, na cooperação entre Brasil e Reino Unido
Foi realizada nesta quarta-feira (20) a segunda edição do workshop promovido pelo governo britânico em parceria com o Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovação em Saúde (DGITIS/SCTIE/MS) do Ministério da Saúde, e o National Institute for Health and Care Excellence – NICE, do Reino Unido. Com o tema Desafios na Avaliação e Incorporação de Tecnologias em Saúde – Uma cooperação Brasil-Reino Unido, a abertura do evento online contou com a participação do Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do MS, Hélio Angotti Neto, da Conselheira Científica Principal, NICE International, Pilar Pinilla-Dominguez, e da ministra-conselheira e encarregada de negócios da Embaixada Britânica no Brasil, Liz Davidson.
A programação dessa e demais sessões foi organizada pelo DGITIS e se estende até março, com mesas e painéis em diferentes dias do mês, conforme o cronograma abaixo, e busca ampliar discussões sobre terapias genéticas e produção de vacinas, por exemplo, temas desafiadores na área de avaliação de tecnologias em sistemas públicos de saúde. "Quando pensamos em medicina avançada, saúde de precisão, sempre remetemos a importância de manter um constante monitoramento do horizonte tecnológico, de buscar sempre o que há de mais avançado, sem esquecer da segurança que é necessária e da sustentabilidade do nosso sistema de saúde", afirmou Angotti Neto.
O Secretário lembrou que a avaliação de um medicamento para terapias avançadas ainda passa por incertezas, limitação de evidências científicas e alto custo financeiro e frisou a importância de uma gestão em saúde que alinhe a inovação tecnológica e a pesquisa científica, para transpor essas barreiras. "Temos que estar preparados para o monitoramento desses resultados, fomentar pesquisa, colaborar como for possível no acompanhamento desses pacientes junto aos desenvolvedores de soluções e aos grupos de pesquisa", destacou. "Também temos resultados a serem apresentados, resultados animadores, que devem ser compartilhados, principalmente, com aqueles que realmente precisam da tecnologia", comemorou o secretário.
O NICE tem função similar à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) no Reino Unido e promove diretrizes nacionais e recomendações para melhorar a assistência social e a saúde, reduzir a variação na disponibilidade e qualidade dos tratamentos e cuidados do NHS (National Health System). O workshop facilita ao elencar pontos prioritários para intercâmbios, na área de ATS, entre os dois países.
Para Liz Davidson, o processo de inovação passa pela colaboração e participação do governo, indústria, academia e pacientes, com todos colaborando em torno de um objetivo único. "É com esse espírito que pretendemos contribuir para o desenvolvimento da saúde com o governo brasileiro e um ponto essencial nisso é a avaliação de tecnologias. É necessário que as inovações cheguem a quem precisa, de uma maneira que seja sustentável e garantindo o estreitamento dos laços e participação dos diversos atores do sistema", disse.
A ideia é que a troca de experiência entre os participantes colabore para ações futuras subsidiadas pelo Prosperity Fund Better Health Programme (BHP).
Participam colaboradores do DGITIS/Conitec, parceiros envolvidos nas ações de ATS, membros indicados da Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS), membros indicados da Rede de Avaliação de Tecnologias em Saúde das Américas (RedETSA), Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), representantes da indústria farmacêutica, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF), Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) e Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento (DESID).
Programação
O primeiro painel desta quarta-feira abordou a metodologia de avaliação de terapia gênica e avançada a partir de estudos de caso que tiveram como experiência o uso de medicamentos como zolgensma e car-t cell. Um estudo de caso mobilizou os participantes que foram convidados a analisar um pedido de incorporação da tecnologia e comentar possíveis resoluções, ao final, junto à um dos professores convidados pelo NICE. Os membros avaliaram o cenário, comentaram sobre quais dúvidas os estudos apresentaram, levantando incertezas sobre o modelo econômico, a heterogeneidade da população pesquisada e etc.
O próximo painel está previsto para terça-feira (26), sobre a metodologia para a inclusão de evidência do paciente no processo de ATS/ metodologia para a inclusão do paciente como membro do Plenário.
Confira a programação completa: